sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Lecto-escrita de uma criança de 06 anos

       Em primeira impressão podemos perceber que ela está na fase denominada: silábico-alfabética, isso porque entende a estrutura básica da formação das palavras, porém ainda não domina todas as silabas. Quando a criança adentra esta nesse nível sente a necessidade de adicionar mais letras, diferentes do nível silábico. Este nível é a transição da hipótese silábica para a alfabética.
    É perceptível neste estudo de caso que a criança grafa algumas silabas completas, outras não. Grafando uma só letra por silaba, a exemplo das palavras TATU, BOLA E SAPATO. Na palavra TATU ela grafa corretamente a palavra, já nas palavras BOLA e SAPATO há falta de letras (BOL, SPTO), o que não ocasiona uma omissão, mas um avanço no nível conceitual dela. Com base isso ela utiliza as hipóteses silábica e silábico-alfabética juntas.
     Acompanhando o caso especifico dessa criança pude perceber duas coisas que fazem relação a este nível de escrita: 1- ela utiliza a soletração para ler, juntando consoante e vogal constantemente; 2- ela realiza predições, antecipa o significado das palavras, o que é visto como estratégias básicas de leitura.
    Com relação aos procedimentos didáticos, no que concerne o trabalho com letras, palavras, silabas e textos, o educador deve tomar cuidado para que a realidade do educando esteja verdadeiramente vinculada ao seu aprendizado:


Nas propostas “construtivistas” elaboradas e implantadas, ensinava-se que era para trabalhar com a realidade e interesse dos educandos. Que era importante trabalhar com rótulos, embalagens, receitas de culinária, panfletos publicitários; contudo, a literatura infantil foi o gênero textual que predominou na alfabetização sob o pretexto de contextualizar o trabalho. Mas, será que todas as crianças, dos diferentes níveis sociais do Brasil, tiveram acesso às histórias da Literatura Infantil? Se não tiveram, esses portadores de texto não fariam parte da realidade e a contextualização seria forjada. (MENDONÇA, 2007, p. 60)


   Dessa forma é de extrema importância que se trabalhe textos e livros que tenha significação para o educando e que esteja concernente a sua realidade.
Com a criança neste estágio se faz necessário mostrar a ela a decomposição oral e posteriormente gráfica das palavras em silabas, para que ela consiga fixa-las.


 O alfabetizador, que é ou já foi responsável pela alfabetização de centenas de alunos, sabe que apresentar a composição silábica através de atividades[...] (atividades que explorem a decomposição e composição silábica de palavras) é providência indispensável para a superação de compreensão da composição consoante/vogal na formação silábica e da combinação destas, na constituição de palavras. (MENDONÇA, 2007, p. 71-72)

REFERÊNCIAS


FRANCA, Augusta. Identificação dos níveis silábicos Emilia Ferreiro. Disponível em: < pt.slideshare.net/augustafranca7/identificacao-dos-niveis-silbicos-emlia-ferreiro >: Aceso em: 23 abr. 2015


MENDONÇA, Onaide Schwartz. Alfabetização: método sociolinguistico: consciência social, silábica e alfabetica em Paulo Freire – São Paulo: Cortez, 2007.

Pedagogia ao pé da letra. Disponível em: <pedagogiaaopedaletra.com/caracterista-da-escrita-e-da-leitura-2/> Acesso em: 23 abr. 2015.


Análise feita por Mariane Santos

Nenhum comentário:

Postar um comentário